A primeira vez que eu tive contato com “Ruby” foi assistindo um programa onde os protagonistas (Paul Dano e Zoe Kazan) estavam sendo entrevistados. Na entrevista eles falaram um pouco sobre o filme e logo de cara eu já me interessei pela história, desde então eu tenho procurado por Ruby em todos os lugares, mas essa busca finalmente chegou ao fim.
Zoe Kazan foi quem escreveu o filme que conta com a direção de Jonathan Dayton e Valerie Faris, os mesmos diretores de “ Pequena Miss Sunshine”. No longa conhecemos Calvin, um escritor prodígio que atingiu o sucesso com o seu primeiro livro, mas agora enfrenta um bloqueio criativo. Após sonhar com uma bela mulher, ele decide escrever compulsivamente sobre ela até que da noite para o dia, Ruby, em carne e osso, aparece em sua casa deixando-o surpreso por ver que suas palavras transformaram-se em uma pessoa real.
Tenho que tirar o chapéu mais uma vez para essa dupla de diretores, depois do incrível “pequena miss Sunshine”, mais uma vez eles nos apresentam uma obra prima, mas não vamos tirara o credito da Zoe, afinal de contas a ideia do filme foi dela. O filme vai da comédia para o drama de uma forma muito sutil e as atuações são bem convincentes, inclusive vale ressaltar que o elenco é de primeira qualidade.
Outro grande acerto é a trilha sonora, a música torna-se um fator essencial para filme fazendo um clima todo especial, clima esse que te envolve tanto que quando você menos espera já está se identificando com os personagens e torcendo para tudo dar certo.
Por trás do humor estão escondidos temas sérios que são facilmente encontrados no nosso dia a dia. A solidão é o exemplo mais explicito no filme e posso afirmar com absoluta certeza que esse é motivo pelo qual Ruby surge na vida de Calvin. Resolvido o problema da solidão entra outro problema, o poder de controle sobre a outra pessoa. É muito comum entre casais um querer controlar o outro, controlar os amigos, controlar as saídas, entre outras coisas e no filme isso fica bem claro quando Calvin percebe ter total controle sobre as atitudes e sentimentos de Ruby.
Do sorriso ao aperto no coração, “Ruby Sparks, a namorada perfeita” cumpriu o seu trabalho, me fez rir, sentir pena, raiva, tristeza e o mais importante me fez refletir, o que é na realidade o papel que qualquer longa metragem deve exercer, só que infelizmente muitos dos que são lançados são apenas para entreter e não para fazer pensar.
Eu poderia escrever aqui todas as coisas boas sobre o filme, só que isso levaria horas ou talvez meses, então o que eu posso lhe dizer é que se você procura por um filme que fale sobre assuntos sérios e de forma descontraída “Ruby Sparks” é perfeito pra você! Então corra para o cinema e garanta seu ingresso, caso na sua cidade o filme não esteja mais em cartaz, não se preocupe, não há nada que a internet não possa fazer por você. ;)
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